Thursday, January 06, 2005

 

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Como se ver um anjo, se saber um anjo e não ser nada do que se conhece por anjo? Como não ser nada do que vêem os outros mas invisivelmente ser aquilo? A procura por mil espelhos do passado, as mudanças enfileiradas em um álbum que passa os anos como à páginas de revistas em quadrinhos mudas. O que te toca é o vivido, não o visto. Nunca as imagens ou as palavras, mas sim o que por dentro pulsa e umidece e amorna, e irradia isso, de forma a tornar a lembrança, o teu lago ao luar. A gravidade de certos corpos move meus fluidos mais implacavelmente que a lua às marés, a luz prateada pode ser a de qualquer noite, contanto que na pele certa.
Onde eu me acho pode ser dentro de olhos alheios, em perfumes, minhas letras (que são lembranças, acho que todos eles são...). acho que tudo agora o é.


cahê

Comments:
Um anjo reconhecesse pelas asas.

Um anjo caído, pelos hematomas.

Alê.

PS - Nossa... gostei disso. Vou anotar. E vou usar em breve.
 
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