Monday, January 03, 2005

 

Encontrei mais uma amora pelas estantes...

2 poemas de uma amora chamada Maria Rezende


PAU MOLE

Adoro pau mole.
Assim mesmo.
Não bebo mate
não gosto de água de coco
não ando de bicicleta
não vi ET
e a-d-o-r-o pau mole.
Adoro pau mole
pelo que ele expõe de vulnerável e pelo que encerra de possibilidade.
Adoro pau mole
porque tocar um pressupõe a existência de uma liberdade
e de uma intimidade que eu prezo e quero, sempre.

Porque ele é ícone do pós-sexo,
que é intrínseca e automaticamente
(ainda que talvez um pouco antecipadamente)
sempre um pré-sexo também

Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido.

É dentro dele, em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,
que mora o pau duro e firme com que meu homem me come.
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Uma mulher é uma mulher ainda que.
Palavras e formas não comportem o conteúdo.
Uma mulher pode ser um jeito.
Uma costela ou um defeito.
Uma mulher transborda pelos cantos.
Enche medidas.
Contorna o desafino.
Toca punheta e toca sino.
Uma mulher pode ser um grito
Uma barriga
Um precipício.

Uma mulher pode ser um abismo ou um porto.
E pode ser os dois.
E é.


2 poemas de uma amora postadas pelo tangerina João Victor (que neste momento está com ele mole e pra direita... kkkkk!)


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