Saturday, December 04, 2004

 

O bailarino imaginário se desfaz em líquido...

...E em vapores, e esses quando encontram a sublimação de tua pele em odor já começam sutilmente aquilo que nos transforma. Antes de qualquer toque, antes mesmo do alcance das mãos, o inefável já se dá em formato coreografado, meio animal, meio marcial, inexorável. A lei física do desejo, que não convem negar, pois que não muda sua existência. Resistir é como que segurar um rio. Com as próprias mãos.

E manipulo assim as palavras, para que tenhas em sonhos a impressão de que também é possivel faze-lo à carne. De que o que rege é tão forte em desejo quanto em gravidade. De que o que nos toca começa verdadeiramente por dentro.


Então o cahê se aproxima perigosamente das memórias e extrai delas o sentido de sonho recente.

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