Thursday, November 18, 2004

 

Pra começar...

Três ciscos ou uma navalha a tirar fino da retina de Aretino
ou Um Copo de Luxúria


Palma a deformar seu rosto, a formar um olhar por gotas cada vez mais fosco, a descer pela garganta, e firme sugar em força tanta que lhe desenhe um relevo tosco, a língua já em seu bico,mamilo já entre os dentes, e os dedos frementes entre os lábios que rentes deslizam e somem dentro e voltam dentre, enquanto a outra mão se aventura na penugem do umbigo, deslizam e tocam um guizo, que ressoa então num gemido de mais grosso líquido misturando em quente saliva (calda de cólera), em suas coxas entre, entrando por vezes nas carnes daqueles, lábios já entre os meus, pomos maduros em bagos se abrindo,um canto da boca sorrindo, o outro quase gozando, os olhos ardentes virando, mais dentespescoçosombrospeitosventrescoxas em laço, em lasso, mais um gemido - da boca um traço, os dedos por trás, úmidos, e a outra mão a abrir-lhe a carne gostosa das nádegas, descobrindo-lhe sôfregamente a bela fragilidade do cu, sentindo virilhas mordendo seus lábios, aqueles dedos nus que gentis vão sumindo novamente, se despedindo e se afundando naquela beleza, a sentir cada milímetro, cada pelo pequeno e fino que lhe roça a pele até ser engolido por mais, mais gemidos (mais traços e mais desenhos rosáceos) e hálitos densos de perfumes dos mais assassinos, um deleite, mais cheiros cada vez mais tensos (dos mais venenosos leites) e líquidos em fusão, fervendo nos canos do corpo, vinho na bomba do coração,explodindoespargindoesparramandoenramandointrometendointrojetando, a penetrar cada poro aberto ao gozo, cada um deles uma teta, a ser chupada, afogada em suor, gosmas e visgos , a pesar um sobre o outro (apesar de um sob um), a fundir um sobre um (sabre), e tapas sonoros em carnes rosáceas (antes caladas), violentas violetas violáceas (em coágulos), as mucosas umedecidas, engomadas, e lambidas por rijo membro lambido por densa língua, antes, desaparecendo na boca míngua (figura minguante), como aquela lua-olho e sua nuvem-navalha cortante, já num outro ritmo, mão de gesto arfante, que arranha nuca e costas e puxa dominante os cabelos do couro, movendo os quadris oferecendo os gomos, e lhe vira e lhe abre de novo as coxas agora SE oferecendo, arqueando o peito, a língua em vida própria, as carnes se esquecendo, lembrando quase que somente das do outro (que já não o é), no breve infinito do encontro dos pés, mais laçosabraçoslassoslevesgritoscrassos, dentes de fome nunca escassos, e cada milímetro dizendo "Sei bem o que faço!" e engolindo o que não vê pela frente, se metendo, sementeando tudo o que se sente em cada minuto (não mais sessenta segundos) cegando contudo, não contendo, não contando, (co)metendo, cada vez mais fundo na contenda, abarcando o mundo, contido agora em pele, carne, sangue, fungos, cólera, gozo, poros e fendas...
-Que nosso corpo sempre me (te-nos) atenda...


João Victor


para as Amorass

Comments:
thanks my friend!!!
kisses
dea
 
thanks my friend!!!
kisses
dea
 
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