Wednesday, November 17, 2004

 

O Livro sobre Nada

- Com pedaços de mim eu monto um ser atônito.
- Tudo que não invento é falso.
- Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
- Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.
- É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
- Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia.
- Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
- A inércia é o meu ato principal.
- Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
- O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
- A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.
- Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
- Por pudor sou impuro.
- Não preciso do fim para chegar.
- De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra — Como um lápis numa península.
- Do lugar onde estou já fui embora.

Manoel de Barros

tudo o que ele escreve só não é melhor
poque eu não sou melhor
tudo o que ele escreve deveria ser decorado
entre lágrimas de felicidade
deveria ser meditado profundamente
por um longo tempo,
em êxtase
tudo o que ele escreve
é tudo o que não precisa ser dito
é só como eu gostaria de ver as coisas

cahê, sofrendo de alguma idolatria maníaca (justificada)

Comments:
Li esse livro na Unidade Alto da XV. Tem lá.
 
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